Ananda Jacques: Magia, delicadeza e o poder de um sonho ancestral

Música

A ideia era simples: cada clipe representaria um cômodo da casa, e cada local seria representado por um Orixá. Assim seguiu a tetralogia do “Anandaverso” com os clipes “Macumba de Apartamento” (2019), com Exú; Coroa de Prata (2019), com Iemanjá; “Amor de Cafeína” (2021), com Oxum; e agora conhecemos “Faxina”, que evoca a imagem da Ewá. Muito mais do que afirmar sua identidade como mulher negra brasileira, a cantora e compositora Ananda Jacques (RJ) celebra suas raízes e sua vivência no novo lançamento.

O videoclipe para “Faxina” traz a versatilidade de Ananda Jacques mais latente do que nunca: escreveu a canção, cantou, gravou a guitarra, atuou, dançou, pintou, fez uma escultura e auxiliou na cenografia levando um disco que ganhou de seu avô, “Geraes”, do Milton Nascimento. A faixa antecipa o álbum de estreia de Ananda Jacques, com previsão de lançamento para 2023. 

“Este clipe é uma afirmação da minha identidade como cantora e compositora, além de me apresentar como uma potência em produções audiovisuais. Neste trabalho fica ainda mais evidente a maneira que eu penso música: sensorial e de corpo inteiro, uma experiência sinestésica, um universo. ‘Anandaverso’ ataca novamente e está mais forte.”, declara Ananda Jacques, que pela primeira vez também participou como roteirista.

Com pouco mais de mil reais para investir no clipe, “Faxina” foi fruto de um esforço comunitário. Atualmente morando no Rio de Janeiro (RJ), foi durante um retorno à sua cidade natal, Sorocaba (SP), que Ananda Jacques encontrou a equipe que precisava. Gravado em uma chácara durante um fim de semana, o clipe é uma continuação de “Amor de Cafeína”, gravado em uma cozinha e que trabalha a Orixá Oxum.

“Para essa continuação, eu e a diretora de arte, Ella Vieira, pensamos em trazer a Orixá Ewá em alguns elementos e em trabalhar esse quarto de maneira lúdica, construindo assim um clipe que é sobre sonho e intuição.”, define Ananda.

Ananda Jacques é cantora e compositora de Sorocaba (SP), radicada no Rio de Janeiro (RJ). Suas músicas evocam a fé nos Orixás, o contexto social e político para uma mulher preta no Brasil, e também afetos e anseios. Sua força para seguir na carreira independente teve o impulsionamento de projetos como o Girls Rock Camp Brasil e SONORA (Ciclo Internacional de Compositoras). Atualmente é artista do casting do selo Alcalina Records.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *