Afastado dos palcos por problemas físicos, redireciona suas energias em registros que passam em revista a todas as vertentes que ele próprio ajudou a formatar ao longo de quase 56 anos de carreira.
Nascido James Ostenberg Jr nas cercanias classe média de Detroit, Michigan, a persona Iggy Pop debutou na cena musical como baterista da banda The Iguanas, perfeitamente engajada no garage camp estadunidense dos anos 1960. O passo seguinte seria à frente dos Stooges, banda seminal no proto-punk, criando elementos e parâmetros pro que viria ser conhecido como punk rock dali a alguns anos.
Abusos de drogas pesadas, performances inflamadas e registros fonográficos caóticos marcariam os anos de Iggy como crooner dos Stooges. Um rastro de som e fúria que levou a banda à separação depois de sua segunda tentativa de encarnação, como Iggy & The Stooges, sob a batuta de David Bowie na produção.
A estréia de Iggy em carreira solo se deu em 1977 com “The Idiot”, trabalho que apresentou rumos à cena do pós-punk. Seus maiores hits radiofônicos viriam na sequência em “Lust for Life”, com a faixa-título e “The Passenger”. Saudado como padrinho do estilo, Pop jogou-se no punk e na new wave em trabalhos irregulares, até que “Candy” (dueto com Kate Pierson, dos The B’52s), do disco “Brick by Brick” (1989) teve alta rotatividade na MTV à época.
De lá pra cá, entre uma reforma primorosa dos Stooges e discos mais pesados e até com canções em francês, o cantor revisita o estilo do qual participou no nascedouro, caso deste “Every Loser”. Faixas como “Frenzy”, “Modern Day Ripoff” e “Neo Punk” atestam que Pop ainda mantém o “lugar de fala” na hora de fazer barulho.