Rés Cruzatto é um artista não binário de São Paulo. Como todo tocador de instrumentos, teve várias bandas até se encontrar na música com o projeto eletrônico lo-fi cheio de colagens e referências cinematográficas Suave. No Suave são 2 álbuns, um EP e vários singles lançados (quase tudo pelo Hominis Canidae REC).
Agora, além de fazer parte da banda Cassanota, retorna à canção em um novo projeto sobre o nome de Rés. “peba” apresenta 9 canções gravadas em casa e ao violão, com acompanhamento percussivo que remete ao samba e que perpassam por vários ritmos da música brasileira. São 6 faixas autorais, além de versões de ‘piedra y camino” (de Atahualpa Yupanqui), “morte é paz” (de Paulo Vanzolini) e um entreato/ vinheta de “Assum Preto” com participação vocal da cantora baiana Bruna Luz.
O trabalho começa com “reviravolta”, composta durante a pandemia e um grito de socorro e atenção. “peba” dá nome ao trabalho e traz um pouco do ritmo do coco, misturando com uns elementos mais contemporâneos, como teclado e contrabaixo. “Elementar” se remete ao estudo de tarot que quem conhece o projeto Suave sacou que é bem presente. “é ou não é” surgiu no processo final do álbum, sendo feita em um dia. “possessão” é uma canção antiga do artista, repaginada para o novo momento.”hanagiri” é uma jornada interna de autoconhecimento e também sobre o mundo.
“assum preto” é um entreato com uma base ambient que remeteu a clássica canção de forró, entoada pela cantora baiana Bruna Luz. A versão de “piedra y camino” de Atahualpa Yupanqui era a de que ela formasse uma espécie de yin-yang com a faixa seguinte. A versão de “morte é paz” samba de Paulo Vanzolini surge ao ter a morte por perto na qual o artista precisava botar pra fora.
O trabalho foi todo gravado pelo Rés em sua casa. A capa também foi feita pelo artista e agora o álbum chega em todos os streamings pelo selo Hominis Canidae REC.