“Num Outro Olhar” é o terceiro disco da Batuque Elétrico, e traz versões de músicas de vários compositores piauienses, como Roraima, Teófilo Lima, Edvaldo Nascimento, Daniel Huck, Assis Bezerra, Naeno, Nando Chá, Vavá Ribeiro e outros. Conta também com algumas participações especiais.
Fazer versões nem sempre é tão simples. Certamente o objetivo aqui era prestar uma homenagem à própria música piauiense, o que, por si só, já é muito bom. Temos ótimas versões e outras nem tanto.
Podemos destacar “Torquatonight” que abre o disco após uma vinheta e mostra todo o groove da Batuque e bota todo mundo pra dançar. “Morena” ganha um arranjo muito interessante. Destaque pra cozinha, com bateria e baixo fazendo bonito. O sax e guitarra fecham o serviço. A Bia Magalhães salva “Dissabores”. “Saint Chá” fica bem legal, só o refrão não engata. (Aqui talvez o problema seja pra quem viu, pulou e cantou tantas vezes essa música em meio a névoa que permeava os shows da Narguilé Hidromecânico). A guitarra faz um trabalho sensacional. Mais uma vez destaque pra cozinha que fica super acertada. “A’gata” é a melhor música do disco. A banda acerta em cheio na versão da música de Durvalino Couto e Geraldo Brito. Uma roupagem super atual e com uma levada gostosíssima dão o tom aqui.
“Uma Menina/Minas e Minas” mostra que formatar um som dentro do seu estilo nem sempre dá muito certo. O medley das músicas do Teófilo Lima e Edivaldo Nascimento perdem a sua essência. Em “Vendedor de Cajuína” temos praticamente a mesma versão já conhecida do Daniel Huck. “Teresina” é um grande equívoco. O clássico de Aurélio Melo e Zé Rodrigues fica completamente desfigurado, nem a ajuda de Nildo Viana salva. “Ancorado” de Vavá Ribeiro não merecia essa homenagem, definitivamente.
O disco tem uma capa linda!
Salve o groove.
*Rubens Lerneh