Da festa à luta, EMY celebra o triunfo negro em rei coroado, primeiro single de seu álbum de estreia

Música

A faixa rei coroado — primeiro single que marca a estreia solo do cantor e produtor carioca EMY — versa sobre o triunfo negro através da festa e da luta. Entre pontos de Ogum, sintetizadores e beats eletrônicos, sob forte influência do soul e do R&B, o single narra os angustiantes últimos momentos de uma comunidade cercada por seus inimigos e evoca a presença de Ganga Zumba, primeiro líder do Quilombo de Palmares e figura não tão distante dos corpos pretos que habitam os subúrbios dos grandes centros urbanos. Embrenhando-se por passado e presente, morte e vida, o falsete luminoso de EMY desenha um realismo fantástico no qual celebração e combate marcham em uníssono. “rei coroado é festa, luta e reza”, comenta EMY: “É invocar o passado e fazer dele arma e escudo em defesa do nosso presente”.

A faixa está sendo lançada nas principais plataformas de música e abre as portas para o primeiro álbum solo do cantor, autointitulado EMY, que chegará ao mundo no segundo semestre deste ano. rei coroado conta ainda com um clipe, lançado no dia 24 de maio e disponibilizado no canal do YouTube de EMY.

Sobre o vídeo de rei coroado, EMY revelou ter rodado o clipe numa sala minúscula e totalmente mergulhada no escuro, utilizando apenas closes e planos bem fechados, para reforçar a sensação de claustrofobia e cerceamento. “Ali danço, canto, rezo, me desespero e luto”, diz o artista: “Iluminado apenas com breves intervenções de luz azul e vermelho neon, o cenário remete tanto a um espaço urbano noturno quanto às sirenes dos agentes opressores do Estado cortando o céu da cidade”.

Além da direção, EMY também assina o roteiro do vídeo. A produção e edição ficaram a cargo de FTFT, e Gabriela Nobre atuou como assistente de produção.

Divulgação

O Artista

EMY é o nome artístico de Emygdio Costa, cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista nascido no subúrbio carioca em 1986. Sua música transita entre o falsete dos cantores da música negra americana, os versos despudorados dos bailes noturnos, o pop que ecoava nas rádios adolescentes dos anos 2000, as baladas românticas de Djavan, a poeira dos sintetizadores dos anos 1980 e o apito do trem que corta a periferia da cidade.

Ativo no cenário artístico do Rio de Janeiro desde 2010, liderou e integrou bandas como Fábrica Sobre a Máquina e estabeleceu inúmeras parcerias com artistas como Juçara Marçal, Letrux, Lucas Vasconcellos e Cadu Tenório, além de produzir trilhas sonoras para séries de TV e cinema.

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