Canção sobre sentimento arraigado chega acompanhada por visualizer.
O cantor e compositor paulistano Luiz Amargo, nome artístico de Luiz Amaro Fortes – resultado do trocadilho infame feito com seu nome na infância –, mostra a surrealista faixa “Quem Ficou, Rancor?“, segundo lançamento a integrar seu novo disco de estúdio, Amor de Mula. Agridoce, seu trabalho é influenciado por literatura, filosofia, teatro, memes, cinema e audiovisual, além do óbvio que ulula e atravessa a todos. “Quem Ficou, Rancor?” chega acompanhada por visualizer no dia 11 de abril, uma terça-feira. Assista abaixo e escute na sua plataforma de preferência.
A canção, que é um híbrido de indie com trip-hop e pop brasileiro anos 80, carrega versos soltos e cheios de imagens, descrevendo em pinceladas um certo personagem. “A melodia repetida do refrão no final de “Quem Ficou, Rancor?” me veio em sonho e tem a ver com a ideia de o rancor ser um sentimento insistente”, explica. A música tem um beat eletrônico, combinação que ele experimentou pela primeira vez. O visualizer dirigido por Gabriel Socorro Mendes evidencia o caráter surrealista da faixa, movimento que, de modo geral, pode ser lido como o pano de fundo do vindouro disco. No vídeo, Luiz Amargo é um pugilista iluminado por projeções de imagens rotineiras.

”A ideia de projetar cenas cotidianas sobre o personagem veio do Gabriel, diretor do vídeo. São imagens de celular mesmo, do dia a dia. Um tempo depois de conversarmos sobre isso, eu caí de bicicleta e precisei usar curativos por alguns dias, o que me fez querer incorporar as gazes. Depois pensei com a figurinista Shiô Shiozuka nessa figura do pugilista, representando o personagem que a música retrata: alguém que quer parecer forte mas na verdade é muito vulnerável, apático e impotente frente às imagens que a vida projeta sobre ele. É daí que vem o rancor dessa figura. A maquiagem da Taline Caetano completa o conceito, dando ao personagem um ar de pierrot e trazendo um pouco do cinema silencioso, referência constante para mim.”