“Eu me domestiquei pra fazer parte do jogo, mas não se engane, maluco, continuo bicho solto “
Assim a Pitty dá o tom de seu novo trabalho. E de fato continua bicho solto.
Em Matriz Pitty mudou de patamar. Evoluiu e definitivamente subiu um degrau em relação aos outros trabalhos, que eram puxados mais pro rockão básico. E cabe destacar que não havia nada de errado nos mesmos, muito pelo contrário. Mas a inquietação constante desde a época que ela trocava suas demos em fita K7 no underground sempre esteve ali.
De cara, a sonoridade nos remete a Daft Punk. Mas vamos bem além… Há blues, reggae, e as “baladas” no estilo Equalize e Na Sua Estante, tudo misturado com uma sonoridade excelente e aquela acidez já conhecida.
Conta com a produção do Rafael Ramos e uma banda muitíssimo competente.
Matriz faz uma volta às origens da cantora, sem perder o foco no futuro e sem medo nenhum.
“Saudade é vontade daquilo que já se sabe que gosta”.
A Pitty se reinventa e sabe que continua foda!
*Rubens Lerneh