“Presentes” é a primeira música lançada pela banda paulista Cervelet em 2021 e fará parte do álbum “Remoto”, todo construído à distância e que começou a ser lançado em 2020 durante a pandemia que persiste. O novo single é a terceira música do álbum, que já tem lançadas as faixas e os clipes para “Utopias” e “Coach“.
Trabalhando com temas complexos e ao mesmo tempo urgentes, “Presentes” busca questionar a justiça social em nosso país ao mesmo tempo que joga luz sobre as questões políticas e econômicas da breve história do Brasil. “A canção busca homenagear alguns daqueles que lutaram por direitos e por justiça nos diferentes momentos do nosso país”, explica o compositor Tiko Previato.
Ao citar nomes como Rubens Paiva, Carlos Marighella, Dorothy Stang e Marielle Franco, os integrantes da banda mostram que têm um lado, que é ao lado daqueles que sofrem todos os dias devido à falta de acesso aos direitos fundamentais, como direitos humanos, à moradia, direito à alimentação, à terra, direitos à saúde, entre tantos outros. O grupo também alerta para o fato de que o Brasil é um dos países que mais mata ativistas por direitos fundamentais.
Esse tema complexo é trabalhado também nas harmonias, instrumentos e ritmos utilizados, de forma que a faixa ganha energia e força, ao mesmo tempo que traz uma brasilidade e latinidade que se conectam com a letra. “É uma música que escancara o estado atual do Brasil por meio de uma leitura do caminho que percorremos até aqui ao mesmo tempo que nos convoca a construir um novo caminho daqui para frente com esperança por melhores dias”, complementa Iuri Nogueira, guitarrista da banda e produtor da canção.
O clipe de “Presentes” tem como cenário o centro histórico da cidade de São Paulo, plano de fundo que se desenha perfeitamente a partir das frases da música, pois a ideia central é justamente essa: mostrar o contraste entre o velho e novo, o rico e o pobre, o vazio e o preenchimento, a resistência de poucos diante de tanto. “São Paulo, pra mim sempre foi isso, costumava dizer quando cheguei aqui que é a cidade do “muito de tudo um pouco”, comenta Guilherme Constant, diretor deste e dos clipes das canções anteriores. “Assim como nos dois últimos clipes, temos uma cor predominante. Desta vez é o vermelho”, complementa Guilherme. A cor que representa também essa dualidade entre o amor e o sangue derramado, a fúria e a paixão, as rosas e o fogo. Por fim, o incômodo e duro concreto se confunde com a leveza e a dança dos dias de luta. A música e o clipe mostram toda a potência e urgência de se fazer presente, ocupar, resistir!
*Rubens Lerneh