Fevereiro é aquele mês curtinho, que se torna ainda menor porque temos seis dias dedicados à festa da Carne. Aproveitando a tour do Human pelo Nordeste, que também passou por Parnaíba no dia seguinte, o Bueiro do Rock abriu suas portas para o seu Carnarock.
A noite foi aberta pelo trio Garoto Androide. Sou muito suspeito, confesso, pra falar dessa banda. Joniel (vocal e guitarra), Lerraj (bateria) e Ilana(baixo) fizeram uma belíssima apresentação. Boa parte da apresentação da banda nessa noite veio do EP Exercícios de Autossabotagem (2021), que você também pode conferir aí no link. O entrosamento da banda é absurdo. Pra mim foi fácil demais cantarolar com eles o show todo porque gosto demais da sonoridade que é muito equilibrada. Uma banda que faz parte da Cena Punk Hardcore teresinense, mas que faz um som que tem traços de Indie rock, de Pop e Hardcore. Show lindo demais de se ver.
Em sequência o Human subiu ao palco. na sua tour de lançamento do álbum A New Perception. Claramente a banda é uma banda de Heavy Metal, mas agrega elementos de outros estilos na sua musicalidade, a deixando ainda mais rica. Como em Unknow Sea, onde a versatilidade dos músicos ficou muito marcante, trazendo ao seu Heavy Metal, elementos de Rock Progressivo e Hard Rock, sem perder a essência. O quarteto formado por Lucas Laudano (Vocal), Níass (Guitarra), Rafael Sampaio (Baixo) e Clauzio Maia(bateria) entregaram um ótimo show aos presentes no Carnarock. Uma bateria com pedal duplo muito preciso, um baixista que gosta de explorar os agudos no instrumento, o guitarrista que consegue fazer “as duas” com maestria, com solos muito bem executados e a base brutal e o vocal com drives e agudos beirando a perfeição. Ótima apresentação de uma ótima banda.
A noite encerrou com o Deguella fazendo aquela destruição costumeira, numa musicalidade agressiva e que agrada demais a quem gosta de New Metal A banda passou por reformulações recentes, com saída e entrada de integrantes, mas que em nada mexeram com a competência com que entregam seu show. A chegada do Anderson Warise na bateria deu ainda mais peso e brutalidade pra banda, que nesse show do Bueiro também contou com a participação especial do Fernando Castelo Branco (Kafila/Növa) fazendo o som com a banda. O entrosamento do Yan com o Patim (desculpa, Pádua Belo, esses apelidos é que são a marca registrada kkk) nas guitarras tá melhorando a cada show. E o Leopoldo é um monstro cantando.
A noite foi muito boa, reencontro com amigos, a cerveja geladissima do Bueiro do Rock e um hamburgão destruidor do Orc’s Burger do Thomaz Jedson (A Falange/Insular) que quando não está nos palcos, faz uns hambúrgueres deliciosos. O lado triste da noite foi o público abaixo do esperado. Teresina parece estar voltando ao pós Piauí Pop, que em certa medida aniquilou os espaços onde se fazia música piauiense, em detrimento de uma enxurrada de banda cover que se multiplica em progressão geométrica a cada dia nessa cidade. Mas são ciclos, a gente passou por isso uma vez e retomou.
